quinta-feira, 8 de abril de 2010

Às vezes...















Às vezes somos (como) deuses.

Porque o sol brilha. E é para nós. Especialmente.

Porque a rocha está
e nos ampara as costas. Divinamente.

Porque a areia aconchega o nosso sentar
e cada grão tem a cor que deve ter,
e cada um diz o que quer mesmo dizer.

E a praia dá-nos licença, infinita licença de olhar.

Imensidão.

Mar.

Luz.

Vento.

Silêncio.

Palavra.

Solidão.

Companhia.

Porque vim hoje à praia contigo.
Por isso estive mais comigo.

Ah! E elas, as cadelas,
preencheram os interstícios do indizível.

Foto: Henrique Santos

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