quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Voos nocturnos


No silêncio da noite e da casa, estou acordada e escrevo-te. Apenas umas palavras breves. Apenas um desenhar de asa, um arco de sombra ténue no som da noite. Apenas um sentir que estou aqui, viva e sonolenta, contudo atenta à necessidade de dizer.
Que sim.
Que não.
Que às vezes sei e muitas vezes nem por isso.
Que teimo em saber de mim e partilhar essa que sou.

E que as histórias, essas eternas feiticeiras da vida, me ajudam a encontrar caminhos para essa partilha, me fazem “andar a troca-passo” com os outros, me levantam do chão quando é difícil caminhar...

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Contar uma história é uma oportunidade única para...

... fazer os dias bonitos!

À Leonor e às meninas e meninos da Sala Encarnada do JI da Póvoa da Galega o meu obrigada pela hora que passámos juntos, à volta de uma história, muito bem guardadinha num livro que, a pouco e pouco, se abriu para todos nós!


Se quiserem espreitem aqui mais "qualquer coisa"!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Silêncios e olhares


Sim, precisamos de silêncios.
Sim, precisamos de olhar, de repousar o olhar, de aprender a ver...

"Se podes olhar, vê, se podes ver, repara". Saramago apresenta-nos o seu Ensaio sobre a cegueira com este conselho... de cada vez que pego a obra para retomar a leitura, a frase do Livro dos Conselhos faz-me re-parar.

E quando vou contar, quando me encontro perante o livro da história que vou contar, ao mesmo tempo que o seguro e o sinto, ao abri-lo (pre)vejo que, pela história que se desenvolverá, pela voz que soltarei, pelo olhar que conseguir deixar pousar em quem me vai ouvir... aí, estaremos todos envolvidos, nesse tempo e espaço em que os silêncios, os olhares, o que vemos e como vemos nos fazem "crescer por dentro", experimentar essas ferramentas da comunicação, da expressividade e do imaginário que fazem de nós estes "bichos-únicos", comunicadores sempre incompletos, sempre aprendentes de novas simbologias e formas de expressão...

A partilha de uma história é sempre uma experiência de vida!

Ainda bem!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

E-books...

Antes de formar opinião, ter ou não ter razão, recusar a inovação ou até apelidá-la, cheios de indignação, de qualquer coisa depreciativa e vazia de emoção... convém aceder a alguma informação... Aqui vai o meu contributo.

e-books

artigo de Susan Hayes

"El libro vivirá... en el formato que sea" Fernando Savater

Transcrevendo Savater: (...) "el libro y su mundo están ante un cambio, pero no necesariamente ante una catástrofe".

domingo, 13 de setembro de 2009

"Um tapete, que se falar, conta-nos...

... muito mais do que alguma vez soubemos de nós próprios...
...e se for voador, leva-nos num mundo inimaginável de aventura, sedução, reflexão e paz".

Esta frase também não é minha, mas foi-me oferecida por um amigo especial.

E resume (como ele há muito que sabe...) muitas das razões que me levam a gostar de contar histórias e que me fizeram decidir a enveredar por este caminho!

Neste espaço irei contando as minhas aventuras e desventuras, irei contando porque sei que as contarei também (ou primeiro) para mim própria e que será mais uma forma de me encontrar e de me deixar abraçar pelas surpresas da vida.

sábado, 12 de setembro de 2009

"Os livros são a minha forma de voar"


Esta frase não é minha, mas podia ser.

Ouvi-a hoje da minha interlocutora, fim da tarde, sentadas a bebericar café com leite, enquanto esperávamos que os respectivos filhos regressassem do passeio de grupo a Tomar.

Ouvi a frase e vi a cara, ouvi a voz, senti o olhar... era voo mesmo.

E senti-me feliz porque captei o momento, porque foi para mim que as palavras se soltaram, porque também eu apanhei a boleia daquele voo. E de repente, ali sentada, transportei-me à manhã de hoje, quando o vi, e lhe peguei e o li em oblíquo, e tive de trazer comigo aquele livro. Um fio atou os dois momentos e assim, ligou o meu dia. Ali, esticado, ao alcance do meu tacto, encontrei-lhe o sentido.

E percebo que chegou agora o momento de o apresentar, ao livro, o primeiro que me irá tirar os pés do chão, na aventura do voo, nesta vontade de voar em tapetes...
O livro que vai ser "atapetado", que me vai oferecer a história para desvendar, para que me inicie na tarefa de (re)construir - na trama do tecido, do mergulho nas cores e texturas e na viagem pelo movimento de tocar, mexer, manejar - a fidelidade ao texto, à mensagem e ao encanto do contar...

Chama-se: O dono de tudo. De Orlando Strecht-Ribeiro e António Almeida, com ilustrações de Nadine Mesquita, publicado por Livros Horizonte, 2006. Sinopse: Tudo se torna mais bonito quando se divide com os outros, quando é partilhado. Podemos ter coisas só nossas, está claro, mas outras...
A Natureza não é excepção. Tudo nela faz mais sentido quando está em harmonia, tudo se relaciona com tudo e todos, as coisas mais pequenas e as maiores. Contrariar este equlíbrio ou lutar para o desfazer serve apenas para desperdiçar energias e enfraquecer quem o tenta.
Por que será que o Homem levou tanto tempo para entender isto?

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Um tapete sem uso...

Não é bem um tapete, é um pedaço inerte de coisa nenhuma!

Por isso, para que tudo se inicie antes que haja tempo para hesitações, retrocessos ou desânimos, tenho na mão um pedacinho de trapo... Será com ele que tudo ganhará forma...

E um dia, ou melhor, a cada dia - principalmente naqueles em que temos em nós diabretes à solta, que nos querem convencer que sabemos tudo e fazemos melhor que ninguém... - esse trapinho lembrar-me-à da minha condição de constante aprendiz, e ajudar-me-à, acima de tudo, a ser eu, simplesmente, a sorrir às dúvidas, a pedir ajuda nas dificuldades, a experimentar com persistência, a fazer de peito aberto e a nunca querer estar sozinha nas coisas... e por isso, para, na prática, começar a fazer o que aqui acabei de dizer, pergunto:

Alguém me quer dar sugestões de histórias para "agarrar" e "atapetar"? Preferiria começar em português... fico à espera...

Agora: estender o tapete

Explicar o tapete.
Faz sentido.
É preciso.

Na verdade o tapete serão muitos tapetes...

Na verdade ainda não existe nem o primeiro... a não ser no sonho.

E por isso já lá está o tapete primeiro: o projecto.

De construir tapetes...

De construir tapetes de histórias.

Que não serão nem os primeiros, nem os últimos. Serão apenas os meus e os de todos aqueles que voarem comigo pelas histórias que juntos fizermos acontecer.

Voar...


Sempre me fascinou, voar sempre me fascinou...

Mas voar, voar mesmo como a águia, a gaivota, a cegonha - nunca por nunca voar de avião, já de balão seria outro encanto...

Voar e planar, voar no voo picado e perfeitamente alucinante do falcão direito àquele coelho desprevenido, voar subindo inebriada de azul...

Voar na vida. Voar nos sonhos e nos projectos.

Voar por dentro.

É por isso que este blogue nasceu hoje.