segunda-feira, 7 de março de 2011

CONFORTO

Foto: Henrique Santos


Chegavas…
A tua mão a acenar no ar
dizia-me “conforto”!
– Chegou o meu porto – pensei,
num suspiro abrigado. – Porto de abrigo, é onde fico, contigo.
Preparei-me. Antegozei a conversa amiga, cheia, liberta.
Estou pronta, ou melhor, sedenta:
Sento-me
à sombra da tua voz.
Olho
através do teu olhar.
Penso e digo e oiço
as coisas que vêm colocar-se para serem ditas…
É bom estar aqui.

Depois…
Em cada dia
invento como apagar a tua ausência: pinto no ar
um pulo de pássaro lançado em voo, lá do alto, asas abertas
e nesse voo risco o vazio com movimento.
Em cada dia a sós comigo
agradeço
a construção em mim da tua presença: adereço de amizade
sem preço…
de olhos abertos
recolho o olhar e sinto-te pousar
em quietude
num canto de mim.

2 comentários:

Moinho de Vento disse...

Há dias assim...
estamos tão no fundo que só palavras mágicas nos podem "puxar"...
Obrigado!

voo do tapete disse...

:)

E há pessoas assim... que para sempre habitarão num cantinho de nós e que fazem a magia de nos ajudar a ser melhores.

Ana