domingo, 4 de outubro de 2009

Acordar no tapete...


Acordo e interiormente estendo o tapete.
Vem aí um novo dia, vem… ou está, aqui, entretecido no tapete, fazendo de mim viajante, as minhas energias agora acordadas (fingindo dormir, mas definitivamente acordadas), é assim que vou aprendendo o presente.

Vejo-me passeando nele, o meu tapete-dia, pequenina forma de gente numa imensidão de volumes, formas, cores e desafios. Sinto-me vagamente apreensiva, não sei como vai ser o passo a seguir. Mas a luz que invade o espaço onde acordo – será o quarto, os lençóis da cama ou a vastidão do tapete que se desenrola dentro de mim – inunda-me de urgência, e com ela dissolvo as incertezas, os medos, as angústias liquefazem-se no copo de água que bebo.

Faço, já fora da cama, os gestos de avançar no novo dia, sinto-me vertical e lutadora e mais uma vez reaprendo a confiar. E a cada manhã me (re)conto esta interminável história de acordar…

Normalmente recomendam histórias para o deitar… Mas como seria o meu acordar sem a história como companhia?

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